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até que esgotem
Depois do almoço, Gregório afastou-se sozinho no tractor, passou pela aldeia, para comprar um maço de cigarros. Parou em frente do Bons Laboureurs, para não aborrecer a Ti' Couzenot que o estimava.
- Estou com sede.
- Se cá entraste, tenho a impressão de que não foi para varrer o chão - respondeu a Ti' Couzenot.
Trouxe um jarro de vinho e dois copos, porque ela não era das que desprezam a sua mercadoria.
- O que é que há de novo lá pelas Pédouilles?
- Não há assim lá grande coisa, a não ser que o visconde vai casar-se com Marie-Fraise.
- Ah, sim? - exclamou a Ti' Couzenot, que pouco depois precisou com muita vivacidade o seu pensamento: - Vai por aí haver em todo o concelho muita braguilha a rir-se!
- A sério? - perguntou Quatresous, revirando dois olhos que caíam das nuvens.
- Vê-se bem que acabas de sair de um mosteiro, e não de qualquer outra parte! - gracejou a boa mulher, contando pelos dedos: - O António Paquet, um, o Brás Chavon, dois, o Luisinho e o Joãozinho Poulouque, três e quatro, o Humberto Bretelle, cinco, o português da quinta de Chaume, seis, toda esta cambada se lhe deitou em cima, dessa lambisgóia da Marie-Fraise!
[René Fallet, O Contrabandista de Deus, 1973]