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até que esgotem
Escondida no meio dos dramas da bola, das tragédias da chuva e das farsas da política, passou-me despercebida a notícia da morte de Angelo Badalamenti, um compositor com visibilidade algo discreta mas que será recordado como um dos grandes.
Por vicissitudes várias, há pelo menos uma dúzia de textos que, nos meus anos de blogosfera, já fiz e refiz inúmeras vezes na minha cabeça sem que uma única letra tenha sido (ainda) colocada no papel ou no computador. Um deles seria sobre Vangelis, que morreu na terça-feira. Não foi raro ouvir manifestações de estranheza pela minha admiração por ele. Que não reduzam a sua obra à "banda sonora do Guterres", foi o que sempre respondi aos sarcásticos, ou às bandas-sonoras de Blade Runner e Chariots of Fire, foi o que sempre respondi aos benévolos: a discografia de Vangelis pré-Colombo foi de contínua experimentação onde se ouve o rock progressivo dos Aphrodite's Child, o jazz, a música clássica, o minimalismo, o avant-garde, o pop e até algum rock mais eléctrico.
Aim - The Girl Who Fell Through The Ice
O futebol não me entusiasma particularmente, facto que já proporcionou num passado recente divertido diálogo com uma jovem das sondagens telefónicas. Com a selecção nacional de futebol, mantenho uma relação de distância respeitosa: respeito o talento e a disciplina dos jogadores, prefiro que ganhe (embora nunca entre em euforias pós-vitória nem em depressões pós-derrota), mas muito raramente lhe vejo os jogos. Querem um exemplo? Então aqui vai: entre ver a final do Europeu de 2016 e ver a final de um torneio de snooker no Eurosport, eu optei pelo snooker (de qualquer forma, os ocasionais gritos que saíam aqui da tasca vizinha iam-me deixando a par dos dramas da bola).
Por isto, quando eu vos disser, como vou dizer agora, que a música que aqui coloco é em honra da selecção que se estreia daqui a pouco em Budapeste, não acreditem. A verdade é que qualquer desculpa, por mais mal-enjorcada que seja (e esta sê-lo-ia), é uma boa desculpa para evocar este magnífico clássico da nossa pop. E mesmo quando, por mais tratos que se dêem à imaginação, não ocorre qualquer justificação, não há problema: a verdade, verdadinha, é que não é necessário estar a inventar desculpas para ouvir este Budapeste.
Budapeste de Mão Morta (Mutantes S.21, 1992)
Angelo Badalamenti explains how he wrote Laura Palmer's Theme
Tom Waits - What's he building
Dengue Fever - Sober Driver
Chris Rea - On The Beach
(*) Com a chuva a martelar os vidros, do que me havia de lembrar...
Aim (featuring Stephen Jones) - Good Disease
Handsome Boy Modeling School (featuring Róisín Murphy and J-Live), The Truth