Os alemães fazem-me lembrar muito os japoneses. Ambos são povos que dão importância às regras, rituais e burocracias como elementos para manterem a fluidez do desempenho da sociedade: se um semáforo dos peões estiver vermelho e não houver carros à vista, raramente atravessam a rua (vermelho é vermelho, ponto final). Ambos são igualmente povos que no lazer, quiçá como compensação, se entregam muito aos prazeres dos líquidos espirituosos. Mas o alemão dá demasiada prioridade à eficácia: é o que chamo a "filosofia Lidl" aplicada a tudo. No Japão, pelo contrário, a cortesia nunca seria secundarizada pela eficácia.