Ainda Há Bilhetes
até que esgotem
Lost in translation
por João Sousa, em 04.12.22
Quando digo haver nela um certo je ne sais quoi, não pretendo - de todo! - dizer que havia nela um certo não sei quê.
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6 comentários
De Janita a 04.12.2022 às 20:26
Desculpe, mas diz, sim! E nesse "Não sei quê", não há nada de negativo muito menos de pejorativo.
Eu digo isso muitas vezes quando não consigo definir algo que me atrai em alguém e não sei explicar o porquê. Ex: fulano ou sicrana, não é nada bonito/a nem sequer muito simpático, mas tem um «não sei quê» que inspira simpatia.
Estou certa ou estou errada?
Eu digo isso muitas vezes quando não consigo definir algo que me atrai em alguém e não sei explicar o porquê. Ex: fulano ou sicrana, não é nada bonito/a nem sequer muito simpático, mas tem um «não sei quê» que inspira simpatia.
Estou certa ou estou errada?
De João Sousa a 05.12.2022 às 13:22
É uma opinião, e as opiniões são sempre aceitáveis. É, claro, uma opinião errada, até porque quem manda aqui sou eu. :)
Agora a sério, não concordo. "Não sei quê" pode não ser pejorativa por si mesma, mas está demasiado associada à negativa ou à displicência. Se me queixo da Inspecção Periódica me ter chumbado o chaço, digo que "os gajos embirraram com os pneus, e um farol, e mais não sei quê". Usar a mesma expressão para qualificar o indefinível de alguém - parece-me errado. Soa-me errado.
O que não significa que eu considere a expressão francesa intraduzível. Já não me chocaria tanto dizer "ela possuía um certo não sei o quê". A introdução daquele artigo definido suaviza a dicção e sugere-me, pelo menos, um cuidado adicional no frasear que me parece inexistir no brusco "não sei quê". Mas, se é para traduzir mesmo, talvez eu prefira uma tradução mais livre: "Ela possuía um certo algo", por exemplo.
Agora a sério, não concordo. "Não sei quê" pode não ser pejorativa por si mesma, mas está demasiado associada à negativa ou à displicência. Se me queixo da Inspecção Periódica me ter chumbado o chaço, digo que "os gajos embirraram com os pneus, e um farol, e mais não sei quê". Usar a mesma expressão para qualificar o indefinível de alguém - parece-me errado. Soa-me errado.
O que não significa que eu considere a expressão francesa intraduzível. Já não me chocaria tanto dizer "ela possuía um certo não sei o quê". A introdução daquele artigo definido suaviza a dicção e sugere-me, pelo menos, um cuidado adicional no frasear que me parece inexistir no brusco "não sei quê". Mas, se é para traduzir mesmo, talvez eu prefira uma tradução mais livre: "Ela possuía um certo algo", por exemplo.
De João Sousa a 06.12.2022 às 23:08
Não vá contra a sua consciência apenas pelo que eu digo. Diga-o como lhe parecer melhor, e eu direi como me parecer melhor. :)
De Pedro Nogueira a 05.12.2022 às 20:39
O título do post diz tudo.
É uma expressão idiomática - digo eu - e como acontece em quase todas elas, perde-se sempre um 'je ne sais quoi' na tradução :) Por isso mesmo, também prefiro a expressão francesa.
É uma expressão idiomática - digo eu - e como acontece em quase todas elas, perde-se sempre um 'je ne sais quoi' na tradução :) Por isso mesmo, também prefiro a expressão francesa.
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